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INVERNO DE 2024: O BRASIL DEVASTADO PELO FOGO— a emergência da questão ambiental

A presente matéria retoma a anterior análise da crise ambiental atravessada pelo Pantanal no inverno de 2020, publicada no Centro de Estudos Victor Meyer (CVM). Neste ano de 2024, a tragédia ampliou-se de modo impressionante, a ponto de ser percebida por milhões de pessoas no escurecimento dos céus e na maior dificuldade respiratória devido a fumaça, nas imagens dos animais mortos e na terra abrasada. A crise hídrica por trás do fenômeno obrigou o restante do país a perceber a dimensão nacional do problema, pelo aumento da conta da luz decorrente da substituição a energia hidrelétrica pela termelétrica e, em muitas cidades, já se convive com racionamento de água.


Devido a abrangência nacional das queimadas, enfatizamos a mudança climática decorrente do aumento dos gases de efeito estufa. Embora não seja possível abordar no texto outros graves problemas resultantes do desenvolvimento capitalista, devemos aqui apontá-los: acidificação de oceanos, redução da camada de ozônio, erosão da biodiversidade, excessivas cargas de nitrogênio e fósforo, inseguranças hídricas, poluição do ar, poluições químicas e usos irresponsáveis dos solos (José Eli da Veiga, em O Antropoceno e a Ciência do Sistema Terra, 2019) e chamar atenção para a necessária inter-relação entre todos esses aspectos, de modo a não cair nas armadilhas restauradoras do assim chamado ecocapitalismo.


O texto, com o foco da atenção no Pantanal, está dividido em sete partes, a saber: 1. O ano de maiores emissões de gases de efeito estufa: crise hídrica 2. Incêndios e queimadas 3. A agropecuária e os biomas: devastação cada vez maior 4. Alguns aspectos da dinâmica capitalista na agropecuária 5. Um tema de rotulagem política recente 6. Não verás país nenhum? 7. O difícil futuro


Desta vez nos propusemos a escrever um texto provocativo, com a intenção de estimular a reflexão e o debate. A hipótese defendida é a de que a “questão ambiental” começa nas porteiras das fazendas do chamado Agronegócio. A resposta a tal desafio é política e, para nós, depende da difícil mobilização e organização dos trabalhadores do campo e da cidade. Quem lutar (assim esperamos) verá.



Eduardo Stotz



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Agradecemos a Maicon Leopoldino de Andrade pela atenta leitura crítica do texto e sugestões inclusivas apresentadas, a maioria das quais foi incorporada.



Imagem de capa: Fogo no Pantanal de Mato Grosso do Sul. — Foto: CPA-CBMMS / Mairinco de Pauda.

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